Ai gente, perdão, sou a primeira a defender tudo de tradicional em São João, mas eu acho que vou ver minha Ação Litúrgica da Sexta-feira Santa do mesmo jeito que vejo há mais de 20 anos, com a beleza tocante da Adoração da Cruz, com as lindas músicas da Orquestra Ribeiro Bastos na Sagrada Comunhão que arrepiam até o último fio de cabelo, com o rosmaninho pelo chão, tudinho igual. Óbvio que tudo tem um custo, nada sai de graça, nem pela paixão e morte de Jesus, mas nossa Semana Santa é assim há mais de 200 anos, será que em todos esses 200 anos a prefeitura precisou contribuir com dezenas de mil reais, cruzeiros, cruzados, contos de réis? Quem promove a Semana Santa da Matriz é uma Irmandade, a do Santíssimo Sacramento. Qualquer pessoa pode fazer parte, e contribuir anualmente com uma pequena quantia. Com muitos irmãos, a Irmandade se tornaria mais consolidada financeiramente e não dependeríamos tanto do governo municipal. Em tempo, a paróquia Nossa Senhora da Conceição em Prados realiza uma Semana Santa tão rica quanto a nossa, sem nenhuma contribuição da prefeitura e está reformando a Matriz com recursos próprios e com a ajuda da população!
O que importa é se envolver espiritualmente, é buscar enaltecer o verdadeiro propósito de reviver a dor Daquele que nos deu a força da fé, e nunca pediu verba para isso. Nossa... peguei pesado? Foi muito clichê, lugar-comum para um texto só? E olha que eu nem queria apimentar essa bacalhoada. Será que ando entrevistando padres demais esses dias?
Para ser justa deixo o link da página da Gazeta, do último sábado, com a opinião sobre o assunto da antropóloga Suely Franco.
Foto1: Tapete de rua no Largo do Rosário por Kiko Neto
Foto2: Descendimento da Cruz por Beni Jr
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