
Novas versões de clássicos da infância e adolescência nos enchem de expectativas. Isso pode ser um problema...
Escutei e vi prévias na TV falando sobre o fabuloso diretor Tim Burton, de como foi criativa sua versão gótica para o ‘País das Maravilhas’, de como foi audacioso em apresentar uma Alice já adolescente, de como estava fantástica a bilheteria logo na estréia, e criei algumas expectativas. Johnny Depp, no papel de chapeleiro, nos brindaria com mais uma atuação primorosa como em ‘Piratas do Caribe’? Não, por favor, nem pensem nesta comparação! É maldade!
Sem querer cortar o barato da lagarta, sem querer colocar água no chá ou tirar o bolo que faz crescer da boca dos leitores, o filme é muito fraco! Sem graça, sem pulo do gato que sorri e evapora no ar, sem sal. E descobri porque eu não me lembrava desta história assim como de ‘O Mágico de Oz’, por exemplo, e tantos outros filmes memoráveis do gênero. ‘Alice no País das Maravilhas’ não me disse muita coisa na infância e nesta versão disse menos ainda. O que se pode guardar de encantador, de mágico e de feitiço, comum às tramas infantis é o recado de que ter um olhar meio maluco sobre o mundo é essencial.
A Rainha Vermelha é engraçadinha e só.
A Rainha Branca (Anne Hathaway, adoro!) tem um ar meio sonso, mas é adorável. Ela me lembrava alguém quando mexia delicadamente os dedinhos com esmalte ‘Café’ nas unhas e também quando expressava seu nojinho nada majestoso.
Não fique triste se por um acaso você não conseguir assistir a uma sessão em 3D. Não há uma cena se quer que mereça um 3D. A única coisa que eu pensava quando estava usando aqueles óculos era: Porque eu não vi Avatar em 3D??? Ira!
Desculpe decepcioná-los, mas eu fiquei tão decepcionada...
Ficaram com vontade de mandar cortar a minha cabeça, não é? Mas vai ver o filme vai, porque mesmo com tantas críticas negativas você vai pagar, ficar na fila, escolher o melhor lugar, se acabar na pipoca e provavelmente vai concordar comigo. A não ser que exista dentro de você uma Alice muito diferente da minha! Aliás, é isso, cada um tem a imaginação que merece, os sonhos e expectativas que desejar construir e cai na toca sem fundo do coelho, se quiser!